segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Para Sempre Pouco Dura Na Segunda Vida.

Os dias avançavam, continuava a desbravar aquele mundo fascinante, contudo, agora tinha alguém ao meu lado... Daniella, o que mais dizer? Uma mulher encantadora, linda, morena, mineira, dona de uma personalidade marcante e um gênio forte, mas, para mim, embriagado por seus encantos, simplesmente Dani.

Nos curtíamos a cada dia mais, conhecíamos novos lugares, nos declarávamos a cada olhar, cada gesto, nos amávamos intensamente ao cair da noite, fantasiávamos luxurias, não sei explicar o que ela detinha de especial, mas me atraia.

O Second Life começava a ter sentido, aquele novo mudo agora imitava o mundo real, fazia aflorar sentimentos de um avatar, ou seria de seu mestre? Enfim, a sensação de ter a Dani por aquele espaço de tempo destinado a "Segunda vida" era por demais prazeroso.

Recordo, ainda hoje, a data em que resolvemos assumir nossa relação virtual, nossas buscas, nossos encontros no castelo, ahh se aquelas masmorras falassem, testemunhas silenciosas de nosso amor, de nossos encontros, desabafos e prazeres.

Tudo parecia bem, uma segunda vida devidamente regrada, amigos, experiências, passeios e um amor, virtual, por óbvio, mas um amor. É mas assim como a vida real o second life apresenta suas peculiaridades e as sensações são tão intensas quanto lá fora, os sentimentos são fortes e as frustrações marcantes, enfim uma avalanche de emoções.

Infelizmente trago marcado em meu íntimo aquele dia, não vejo argumentos plausíveis mas até compreendo o que motivara tais palavras e atitudes. Enfim, como explicar o que se passa na cabeça de uma mulher, como traduzir seus mistérios, acalmar seus anseios, ilustrar seus pensamentos e compreender seus sentimentos?

Eram, aproximadamente, 21 horas e 30 minutos, mais um dia comum daquela segunda vida, mal sabia eu o que aconteceria no desenrolar da noite... Enfim a segunda vida imitando a realidade.

Lembro que logara em meu universo virtual, como de praxe, fui instintivamente recepcionado pela Dani com dizeres doces em meu "Mi", tudo corria para a normalidade. Por óbvio sentia saudades dela, queria vê-la, saber de seu dia, de certo modo participar de sua vida.

Minutos se passaram entre risos, abraços e afagos, quando a Dani, utilizando de meiguice, perguntara se me importava de ela acompanhar suas amigas nas compras de vestes femininas. Claro que concordei de imediato, pois entendo que mesmo estando juntos ela não é minha propriedade e necessitava, de certa forma, ter sua própria segunda vida.

Aguarei a partida delas, estavam todas alegres, a Dani se destacava dentre as demais... É as lembranças continuam presentes em minha mente.

Estava sozinho quando resolvi caminhar pela praia, era um belo dia ensolarado, fazia calor, tratei de vestir roupas mais apropriadas e curtir o mar. Andava pela beira da água quando ouço o toque do "Mi", percebo ser a Dani e prontamente atendo seu chamado. Durante a conversa percebi que havia algo estranho em seu tom de voz, fui imediatamente ao seu encontro.

A Dani estava com a expressão fechada, algo parecia errado, quando de súbito sou questionado: "Jonh onde você estava?" percebendo a curiosidade da minha amada prontamente lhe informei que estava andando pela praia enquanto a aguardava, momento onde minhas ponderações foram interrompidas por novos questionamentos "Por qual motivo está sem camisa?". Simploriamente sorri sobre tais questionamentos e respondi, de maneira descontraída, que é costume, onde moro, andar pela praia sem camisa para aproveitar melhor o sol... Achava graça daqueles questionamentos, pois penso que quem gosta cuida.

Em meio ao meu sorriso percebo que a Daniella continuava fechada, trato de me recompor e apenas observa-la, momento onde o silêncio fora quebrado pelos dizeres amargurados da minha Dani "Eu vi você andando na praia, querendo aparecer sem camisa para as garotas... Não entendo, mas vocês homens são todos iguais. Pensei que você era diferente dos demais aqui no SL" minha garganta secara, sentia meu coração bater de forma descompassada, coloquei-me a explicar que era verdade, estava mesmo andando pela praia e que não havia feito nada que ensejasse aquelas suspeitas, pois a tinha e estava feliz ao seu lado, não restando motivos para tais dúvidas, quando, como flechas certeiras em meu peito ouço aqueles dizeres ... É difícil reviver e lembrar aquele momento.

Procuro acalma-la, percebo que de minhas palavras não surtem efeito até o momento em que ouço ... É Dani não precisava ter sido assim, até hoje me questiono se poderíamos ter dado outro desfecho a nossa história.

Seus lábios estavam trêmulos, as palavras feriam meu íntimo com golpes astutos em meus sentimentos ... "Jonh...". Ela não percebia o que eu falava, estava tomada de uma falsa verdade e uma enganosa convicção que a tornava cega.

"Jonh...". Dani podíamos ter curtido o SL de uma forma mais feliz, quem sabe ter dado certo, tínhamos tudo para isso...

"Jonh, me esquece! Não quero mais saber de ninguém e nem mesmo do SL, vou sair deste jogo que só ta estragando minha vida..." Aquelas palavras até hoje ecoam em minha lembrança e de certa forma entristecem aqueles belos momentos que passei ao lado da Dani. É, o SL realmente imita a realidade e nos causa sensações tão fortes quanto a RL.

Tão logo pronunciadas aquelas palavras eis que ela deixara o SL para não mais voltar, sem um adeus, um último sorriso, uma despedida.
Os dias passaram, eis que recebo um e-mail dela informando que sua RL não lhe daria mais tempo e muito menos possibilidades para viver uma Segunda Vida.

É, o tempo realmente voa, a segunda vida continua e estou novamente sozinho, vivendo os fascínios daquele mundo, guardando, em minha mente, os momentos desfrutados ao lado de Daniella Landar e quebrando o último pedido feito por ela... Dani eu não vou te esquecer...

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