quinta-feira, 25 de novembro de 2010


Novamente sozinho naquele universo encantador, desbravava os mitérios por ele proporcionados, tendo como testemunha de minhas descobertas apenas os olhos atentos de meu mestre.

Cada dia passado na minha "Segunda Vida" percebia que ainda tinha muito a descobrir sobre o paraíso digital, habitado não apenas por avatares humanos, mas, também, seres mitológicos, alienígenas, enfim seres que povoam a mente humana e deixam aquela terra mais encantadora e ao mesmo tempo intrigante.

Passados alguns meses desde meu nascimento, meu mestre, agora, objetivava aperfeiçoar-me, tornar-me mais humano, sendo que, por este objetivo, passara a percorrer locais onde disponibilizavam roupas e acessórios.

Timidamente percorria os corredores daquele local, observando variedades capazes de sanar os mais diversos estilos e gostos dos avatares. Caminhava lentamente, pois não tinha pressa e nem objetivo de chegada, via pessoas conversando em diversos idiomas, dúvidas ainda pairavam em minha mente, passo a passo avanço por aquela imensidão, observo de longe aquela mulher de curvas delineadas, pele morena, olhos claros, simplesmente linda, rodeada de amigas, riam todas ao mesmo tempo, pareciam felizes e compenetradas nos modelos de roupas expostos.

Me aproximo discretamente, paro diante daquele pequeno grupo de belas mulheres, peço-lhes ajuda... Sinceramente, depois do que vivenciei no SL não esperava muita cordialidade no tratamento, porém, ao contrário de minhas expectativas, percebo um manifesto de delicadeza e educação, seguido de um convite para aproximar-me.

Tomado de vergonha informo meu desejo em adquiri novas roupas e melhorar o aspecto, que não era nada ruim mas ainda podia melhorar muito, porém, nao sabia como fazê-lo. Inesperadamente aquele risonho grupo logo abdica de suas compras e se dispõe a me auxiliar, comandado pela morena de curvas perfeitas, longos cabelos castanhos, andar seusual, que passa a se deslocar por cada corredor com agilidade e perspicácia de quem sabe o que procura. Iniciada a busca eis que deparo-me com uma parede tomada de roupas masculinas e acessórios, sendo que, após dislumbrar-me com o que via, percebo estar sendo observado pela morena antes risonha e agora compenetrada... Daniella Landar, belo nome, não tenho como esquecê-lo.

Passados alguns instantes sob o atendo e minucioso olhar de Daniella, eis que vejo-a estudar-me, observando-me fixamente nos olhos e dizendo "é... vamos começar..."

Iniciada a seleção de roupas, risos, questionamentos, conversas paralelas, me divertia com elas, por obvio, diversas vezes fui motivo de piadas mas eram apenas brincadeiras inocentes, como as que fazemos com amigos, divertimo-nos muito aquela noite.

Conforme as horas passavam o grupo ia diminuindo, até que restou apenas Daniella e eu. Mesmo em número menor ao original, continuamos em busca do meu aperfeiçoamento, sendo que findas as buscas, como forma de gratidão, propus acompanha-la até sua casa, haja visto que não seria nata gentil despedir-me e abandoná-la naquele local.

Chegado ao local onde a morena repousava, fui convidado a ali permanecer, acomodando-me em um sofá. Despedimo-nos, aguardei que a "Dani" adormecesse, acomodei-me melhor e lentamente senti meus olhos fechando até perder de vez minha visão... É, este foi mais um dia no meu sl.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Entre um simples até breve e um forte ADEUS.

Estranho, mesmo passados alguns dias desde aquele beijo ainda lembro do gosto dos lábios dela, sua imagem era constante em meus pensamentos, sentia falta de seu afago, seu sorriso, seus encantos, queria escutar novamente aquelas palavras vindas de sua boca e que ecoavam como musica em meus ouvidos.
Com sua imagem viva em meus pensamentos, seguia por aquele imenso mundo, desbravando-o, conhecendo novos lugares, novas pessoas, tudo era belo, perfeito, que mundo fascinante... O que será que aconteceu com ela? Por qual motivo não apareceu mais?
Constantes eram as buscas a ela entre meus contatos, cada toque uma esperança, que acabava frustrada quando percebida não ser daquele anjo.
Ando devagar, estou na praia, o mar azul, o sol brilhando, pessoas rindo, conversando, sinto meus pés penetrarem naquela areia branca, macia é tão gostoso andar ali, a música acalma meu espírito, o som das ondas determinam o compasso dos batimentos de meu coração, tudo é tão bom, tão calmo. Sento e detenho-me a contemplar o mar.
Em meio aquelas reflexões, algo atiça meu espírito, ela me chama, o anjo voltou!!! Conversamos por alguns momentos, sou convidado a acompanha-la, meu coração bate acelerado, de imediato aceito seu convite, quero revê-la, sentí-la, vou ao seu encontro.
Diante daquele anjo, palavras me faltam para descrever minha felicidade em revê-la, há, em minha cabeça, uma confusão de pensamentos, em meus corpo uma avalanche de sentimentos, estou confuso, não sei o que falar, sinto-me feliz.
Andamos lado a lado, tudo para nós é motivo de risos, visitamos lugares diferentes, as horas passam, meu mestre acompanha o movimento do relógio, o dia foi maravilhoso, nos sentia-mos a vontade um na presença do outro, parecia que nos conheciamos há anos, a noite caí, o céu, antes ensolarado, agora pigmentasse de estrelas, um linda noite se ilustra naquela segunda vida. Contemplamos as estrelas, já esta tarde, no mundo de meu mestre, as horas voaram ao seu lado, o dia foi maravilhoso.
Em meio aquela noite perfeita, risos soltos ao ar, percebo que meu anjo havia se calado, parecia preocupado, algo acontecia em seus pensamentos, ela não era assim. Permaneço em silêncio ao seu lado, ouço sua voz suave, desta vez triste, pronunciar. "Jonh..."
Oh Deus, tudo estava perfeito, por qual motivo o destino fizera isso comigo? Como ficarei?
Não esqueço aquele momento, o ar parecia pesado, estava dificil respirar, meu coração papitava desordenadamente, sentia meu rosto suar.
"Jonh...", nunca a pronuncia de meu nome naqueles lábios fizera tão mal para mim, estava tudo indo bem, eu gostava da sua companhia e acreditava que ela sentia o mesmo.
"Jonh..." Mestre o que será de mim agora? Como ficaremos? O que de errado nós fizemos?
Demonstro calma em minha face, mas minha alma encontrasse inqueita, volto-me a ela, seus olhos estão lacrimejados, sua expressão é triste, as estrelas são testemunhas forjadas daquele momento.
Vejo lágrimas brotarem de seus olhos, escorregarem por sua face, perderem-se em seus traços, sua boca esta trêmula, a respiração ofegante, um olhar triste perdido na imensidão de sua beleza...
"Jonh..." as palavras temiam em sair daqueles lábios com traços delicados...
Ainda lembro, como foi difícil ouvir aqueles dizeres.
"Jonh... Não conseguirei mais vê-lo..., minha mestra terá que mudar de cidade e me levará com ela..."
Antes que ela terminasse especulei se lá não conseguiria mais buscar meios de vir a este mundo, podiamos nos ver com menos freqüência, mas o importante seria vê-la."
"Não... Jonh, de lá não terei mais como aparecer, não me será permitido, sinto muito, adorei os momentos que passamos juntos..."
Reluto para não demonstrar minha tristeza, um única e solitária lágrima surge em meu olhar, tomo-a em meus braços pela última vez, acaricio aquele corpo, sinto aquela respiração, escorrego meus dedos por entre seus cabelos... Tudo, pela última vez....
Beijo aqueles lábios com fervor, com saudade, nossos corpos unem-se, pela última vez.
abraço-a, um abraço demorado, forte e carinhoso, pela última vez.
E, pela última vez, vejo ela caminhar em sentido ao horizonte, afastando-se lentamente de tudo que vivemos e confidenciamos, nossos momentos juntos, minhas angústias por ela muitas vezes socorridas, nossos passeios, aquela cumplicidade que surgiu. Ela segue caminhando, meus olhos fixam-se naquele anjo que se vira, sorri e me acena... PELA ÚLTIMA VEZ.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aprendendo a ser um NOOB

Andando por aquela imensa e desconhecida terra, movido por uma curiosidade digna de uma criança, ingênua mas questionadora, meus pés tocavam cada centímetro daquele gramado com extrema satisfação.
Conforme me deslocava naquele novo mundo ia descobrindo "pessoas" diferentes, tão diferentes que faltava-me vocabulário para comunicar-me com elas, dando-me a sensação de que aquele mundo mais parecia uma "torre de babel" virtual.
Deslocando-me, de forma solitária, vislumbrava-me com o que via, um universo de perfeição apto a ser explorado, um mundo aos meus pés.
Passadas algumas horas naquele fantástico e ilusório mundo, meu mestre, já demonstrando sinais de cansaço, relutava ao entregar-se ao sono que lhe pesava aos olhos, guiando-me sob a esperança de localizar alguém com nobreza similar a daquele anjo que outrora conhecera.
Motivado pelas expectativas que circundavam por aquele novo mundo, aproximo-me de um grupo, percebo e compreendo o que eles falam, timidamente volto-me a eles, paro, olho ao redor e ali permaneço estático, uma imensidão de dúvidas pairam a minha cabeça até que meus confusos pensamentos detem-se a observar as palavras dirigidas a mim. Aproximo-me do grupo, percebo que seu líder, não sei exatamante se aquele avatar seria digno de sustentar tal título, mas falava de forma a se destacar dos demais, detenho-me ao que ele diz, não entendo o motivo de tamanha agressividade naquelas palavras.
Permaneço a uma distância segura e respeitosa daquele grupo, o líder continua a insultar-me, palavras fortes são dirigidas a mim, golpeiam-me como flexas disparadas contra meu peito, atordoando-me, ofendendo-me, denigrindo minha imagem. Vagarosamente afasto-me daquele grupo, ao som de palavras ofensivas, agora, também proferidas pelos demais presentes. As palavras tinham cunho agressivo e forte, os problemas de ortografia demonstravam bem o que seriam aqueles covardes, continuo afastando-me ao som dos xingamentos, cada vez mais impronunciáveis até que percebo, por fim, uma palavra desconhecida. "NOOB"!!!.
Novas dúvidas ocupam minha mente, meu mestre silenciosamente observa aquela cena, percebo que não gostara do que me vira passar, olho ao redor, não há ninguem próximo, sinto lágrimas brotarem aos meus olhos, o sentimento antes aflorado agora cria forma, tornasse frustração. Deus, isso é o Second Life? Uma caricatura do mundo real, tomado por pessoas egoístas que não se importam com os demais?. Desespero-me, reporto-me ao meu mestre buscando esclarecimentos... Mestre o que fiz para eles? Por qual motivos fui tão insultado?
Meu mestre olha fixamente aquela cena, não diz nada, apenas demonstra descontentamento pelo que presenciara, olha ao redor, analisa o ambiente, esta pensativo.
Percebo que ele se preocupara com o que aconteceu e, como um pai zeloso cuida de seu filho, decide não mais me expor aquele mundo "irreal", abre telas em busca de comandos, olha-me fixamente, percebo um pedido de desculpas em seus olhos, olhamo-nos por alguns instantes, sua mão sutilmente segue os comandos do teclado, localiza o que necessitava... Mestre, por favor, nãoooo!!!...
Meu mestre para, percebo acatar minha solicitação, reporto-me a ele, faço-o lembrar daquela pessoa maravilhosa que conhecera no dia anterior, peço-lhe mais uma chance, sinto que sou mais forte do que imaginava. Mestre dá-me uma nova chance...
Passados alguns instantes, estando minha vida a ponto de ser encerrada ao menor toque no teclado, torno a deslocar-me por aquelas terras, acanhado, entristecido, ferido.
Durante meu andar, pesado em razão do que passara a poucos instantes, ouço um toque, um singelo chamado que tomou-me de felicidade, era ela, aquele anjo novamente apresentou-se a mim, as lágrimas que brotavam de meus olhos agora eram trocadas por sorrisos, uma satisfação indescritível.
Leio aqueles dizeres, os quais recordo como se a pouco tivessem sido proferidos, "Oi Jonh, tudo bem? Onde você esta?
Informo-a da situação que experimentara a pouco, sou questionado se eu gostaria de me juntar a ela. Vou a sua presença, recebo alguns ítens, começo a aprimorar minha forma, evoluo naquele mundo, em seguida andamos lado a lado, sentia-me bem com ela, seguro ao seu lado. Conheço uma nova localidade, novas terras, ela sempre com o sorriso no rosto me explicando cada detalhe, esclarecendo cada dúvida, aproximamo-nos de dois comandos, posto-me em frente a ela, nossos olhares fixam-se um no outro, aproximo-me dela, sinto o suave toque de suas mãos em meu dorso, percebo um sorriso tímidamente ilustrado na face daquele anjo, tomo-a em meus braços, olho aquela face, aproximamo-nos, sinto o leve toque de seus lábios, um sentimento de gratidão e luxúria tomam conta de meu corpo, aquele toque, aquele beijo, sua pele macia envolta em meus braços, a respiração ofegante.
Nossas mãos se entrelaçam, nossos lábios novamente se tocam, trocamos carícias por nossos corpos. Sinto-me bem, sou feliz ao seu lado. Percebo que, assim como no mundo real, no Second Life somos abençoados por conhecer-mos anjos.
Obrigado Mestre...