segunda-feira, 7 de maio de 2012

Momentos e Lembranças

Novamente estou aqui neste quarto escuro tendo apenas a solidão como minha companheira, detendo-me apenas a guardar lembranças e observar a chuva que cai e deixa seu rastro pela janela.

Certamente não parece normal estar assim, há quem possa relatar depressão, nostalgia ou uma tentativa de vitimização, mas apenas realço que as vezes se faz necessário permanecer consigo mesmo para por em dia as idéias.

Lembro-me como se fosse ontem, acredito que o destino possa ter agido a meu favor naquele momento. Nada fazia sentido, os atrativos antes muito cobiçados já não significavam mais nada, enfim havia perdido o encanto, tudo se tornava muito previsível neste mundo singular.

Como de costume perigrinava por por aquele mundo encantador, porém, de certa forma, nostálgico, previsível, efim era apenas mais uma noite em que conversava com amigos e percebia que meu mestre ainda recebia resquícios de felicitações, eram mensagens de agrado, simpatia que deviam ter algum significado, mas se o tinha ainda hoje me são desconhecidos. Afinal dia 04 de novembro é apenas mais uma data como qualquer outra.

Os amigos sempre foram companheiros de um valor imensurável, com certeza agradaveis pessoas, mas naquela noite algo diferente aconteceria e mudaria significativamente minha vida...

A chuva esta cada vez mais intensa, os raios bailam por aquele céu nublado que hoje não retrata em nada o meu Porto por demais Alegre.

Permaneço olhando as gotas que respingam no vidro, as lembranças são muitas, afinal era apenas mais uma noite como tantas outras até que, estranhamente, sinto o toque do meu telefone. Prontamente olho para aquele minusculo aparelho, com estranheza atendo o chamado, não sabia que ela tinha meu número... "Oi Jonh... Como esta?", educadamente e de forma cordial, disfarçando minha surpresa respondo apenas o perguntado naquele momento.

Sem mais devaneios, quebrando o silêncio fui novamente questionado, "Que está fazendo de bom?". Na verdade meu mestre estava preparando-se para repousar, afinal havia sido uma semana desgastante, porém algo me dizia para permanecer ali, me conduzindo a responder apenas que estava parado sem fazer nada.

Dada a resposta eis que aquela voz angelical profere palavras doces de concordância com a minha situação. Foram poucas as palavras ditas por ela, mas, mesmo assim, suficientes a me encantar... Aquele som soava como um "canto da sereia" algo inesplicável que me enfeitiçou e, de certa forma, motivou-me a esboçar um convite "Que acha de irmos dançar e conversar um pouco?"

Receoso com a resposta, pois acreditava que não seria atendido o meu convite, eis que surpreendo-me com aquele som emitido após um delicado riso "Sim, vamos!!!".  Chegando no local combinado, percebo que logo em seguida eis que ela surge no horizonte, com um sorriso angelical estampado em seu belo rosto, aproximando-se lentamente.

Vislumbrando aquele ser divino, contemplando-a, admirado com sua beleza, posto-me a conversar e conduzí-la à pista para dançar-mos.

As horas passaram, o céu não mais estava tão carregado de nuvens cinzas, resquícios de estrelas despontavam timidamente naquele horizonte, no vidro minha imagem reflete de forma destorcida, meus olhos estão banhados em lágrimas, estou novamente sozinho remoendo meus pensamentos, refletindo sobre os momentos que passamos, enfim so me restaram recordações.

Dançavamos tomados de cumplicidade, ela sorria enquanto falava, parecia feliz, a vontade, outros casais também compartilhavam daquele local, conversavam, mas para nós nada mais interessava senão os passos daquela dança, a conversa ao pé do ouvido, o sentimento que aflorava naquele momento.  Lá estavamos a nos apaixonar-mos tendo os demais frequentadores como meros coadjuantes daquela história, enfim, testemunhas ocultas de algo forte e inexplicávelmente sincero que estaria por surgir.

A rua esta deserta, provavelmente em virtude da chuva torrencial que caíra a momentos atras, dos meus olhos brotam, de forma involuntária, algumas lágrimas, tento contê-las, mas não se faz necessário, afinal estou sozinho e quando o coração sangra é pelos olhos que ele demosntra toda dor que tem suportado.

Dançamos por horas, a musica pouco me importava pois bailava ao som daquele majestoso e envolvente sorriso, a nostalgica noite tornou-se, como em um passo de mágica, em uma momento impar cujo rezava para nunca findar.

Envolvidos por aquele momento, andavamos de mãos dadas pelos jardins floridos, conversavamos, percebia o brilho jovial daqueles olhos que se fechavam a cada sorriso, era tudo simplemente hipnotizante.

  Em meio as conversas, detenho-me apenas a admirá-la, olhando fixamente em seus olhos, aproximo-me lentamente tomando-a em meus braços, abrigando-a em meu dorso, beijo-a ardentemente. Sinto aqueles lábios levemente umidecidos contra os meus, minhas mãos deslizam por seu corpo, sinto sua pele macia entre meus dedos, o pulsar de seu coração contra meu peito, sua respiração estava ofegante, sentia meu corpo tremer, beijava-a cada vez mais, tinha sede daquele mel que emanava de seus lábios, ali estava o meu doce vício cujo não tinha intenção alguma de me libertar.

O momento era por demais instigante, ela parecia confortável, segura em meus braço, permaneço admirando aquela face com traços docemente moldados por anjos, quando, em segundos, seu rosto alegre mudou por completo de expressão e olhando-me com aqueles olhos lagrimejados,  trouxe a tona uma realidade que, confesso, senti muito desconfortável.  "Jonh..." sentia um nó em sua garganta, sua voz estava rouca, as lagrimas umideciam sua face... "Jonh... Eu sou casada...", como um golpe certeiro perdi o chão por minutos, o mundo pareceu girar de forma desordenada, fechei os olhos, recompus minhas idéias...

São 2 horas e 6 minutos de uma terça feira que em nada transparece a Alegria típica em meu Porto, na rua apenas o movimento de carros, alguns cães arriscam um tímido latido, a cidade dorme.

"Eu sou casada..." aquelas palavras doeram por demais em meu peito, a frustração tomava conta de meus sentimentos...

Permanecemos em absoluto silencio por alguns instantes, até o momento em que me abraçando forte, descansando sua cabeça em meu ombro, beijando meu pescoço ouço ela sussurrar ao meu ouvido... "Eu sou casada... Mas não sou feliz ao lado dele... meu casamento já acabou, só não foi oficializado ainda..." retomando o sorriso e segurando forte minhas mãos ela continua "Me espera? Vou dar um jeito nisso, eu quero e mereço ser feliz...".

Por óbvio seu pedido aos meus ouvidos soavam como uma ordem, mas nao vinda dela e sim do meu coração que mal cabia no peito de tamanho contentamento...

"Vou dar um jeito nisso..." que palavras incríveis quando vindas dela, "eu quero e mereço ser feliz...", inexplicáveis eram sensações que experimentei naquele momento...  Deus, se é um sonho por favor não me acorde, permita-me viver na eterna fantasia de fazer parte da felicidade dela...

A cidade dorme, o silencio é absoluto e esmagador, a solidão me acompanha, as lágrimas banham minha face, as lembranças são motivadoras e, ao mesmo tempo, cruéis... Por hora, neste céu nublado de terça feira, meu Porto não anda nada muito Alegre...   
      

Um comentário:

  1. coincidência. também tenho um Blogue denominado Diário de uma Avatar- Aradhana Luminos.
    Saí do SL há uns anos mas quero voltar mas aquilo está tão diferente que acho que já não sei lá andar. :)

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